segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

TI versus QI

Numa recente viagem de trem com serviço de Wi-Fi a bordo, ia embalado por uma vizinhança formada às dezenas – certamente centenas, se computados os passageiros dos demais vagões – de alegres, algumas vezes barulhentos e orgulhosos usuários de iPads, iPhones e toda essa espécie de engenhocas que fazem parte da paisagem moderna.
De repente chamou-me a atenção um personagem pra lá de original neste ambiente. Chamá-lo de excêntrico seria exagero. Lia atentamente, alheio ao burburinho tecnológico ao seu redor, um... livro. Isso mesmo, de papel e tudo! Tinha aquele ar empertigado de intelectual por profissão. Curioso, estiquei um olho e pude ver o carimbo da biblioteca de onde saiu aquele exemplar: “Musée du Louvre”.
Naquele trem a cena era ao mesmo tempo desafiadora e emblemática. Todos, envolvidos ou não em questões de TI, expuseram-se espontaneamente a desafios ao QI. Mais do que isso, desafiada era a própria imaginação. Afinal, qual dos instrumentos – eletrônico ou papel – tinha mais portabilidade? E modernidade? E sustentabilidade? E privacidade? Perguntas deixadas no ar, embora só um deles fosse de fato independente de Wi-Fi.
Este cartum, publicado em 2007 no boletim ComCiência da Unicamp/SBPC, tem tudo a ver!